Apesar de ser normal e até saudável, os medos às vezes tornam-se grandes vilões
Sentir medo é mais racional do que se parece. Essencialmente, ele é um mecanismo de defesa do nosso organismo, que nos alerta em situações ameaçadoras, para reagirmos e fugirmos do perigo. Mas e quanto a medo de palhaços? Eles não vão matar, certo? Medos dessa natureza são considerados patológicos, classificados como neuróticos e podem atrapalhar a vida de quem os tem.
Segundo a psicóloga Rose Taranto, mesmo os medos mais ‘bobos’ devem ser respeitados, pois eles são muito pessoais. “O medo neurótico se torna um problema, pois embute ansiedade, paralisa a pessoa e a impede de prosseguir. Diante disso, o corpo reage de forma exagerada a tal estímulo que pode ser real ou imaginário, e que a pessoa acredita ser extremamente ameaçador”, esclarece.
É muito comum ouvir alguém dizer: ‘Eu não tenho medo, tenho fobia’, como forma de explicar sua intensidade. De fato, a fobia é um medo mais acentuado que eleva a ansiedade do indivíduo. “O comportamento mais evidente que uma pessoa está com fobia é a esquiva exagerada de determinada situação ou objeto pelo medo ou a antecipação ansiosa do encontro com o estímulo fóbico”, diz a psicóloga.
É importante estar atento aos seus medos e acender um sinal de alerta caso eles comecem a atrapalhar suas atividades diárias. Se forem diagnosticados como fobias, eles podem ser tratados: “Nesse caso busca-se a ajuda de um psiquiatra para tratamento com medicamento e de um psicólogo para o tratamento mais conhecido em psicoterapia que é a Dessensibilizção Sistemática, que consiste numa aproximação sucessiva do sujeito em relação ao seu objeto de pavor ou o tratamento que busca a origem do medo, que pode estar em traumas passados, reais ou imaginários e seus diversos significados, com isso os medos tendem a diminuir significativamente. De qualquer forma, qualquer tratamento visa a diminuir a níveis normais ou mais equilibrados a resposta de alerta que o medo gera”, explica Rose Taranto.
Ninguém precisa ter vergonha por sentir medo e falar sobre eles (com um profissional ou mesmo com os amigos) pode ajudar a enfrentá-los. “Falar sobre o que vai dentro de nós nos traz consciência de quem somos e como estamos. À medida que tomamos consciência do nosso processo emocional, da nossa maneira de ser e de ver as coisas, temos condições de interromper e até curar a ansiedade e o medo negativo”, conclui a psicóloga.

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